quinta-feira, 4 de junho de 2015

Alimentação Indígena - Milho



        Olá pessoal! Tudo bem? Como estamos adentrando no mundo da alimentação indígena, hoje iremos falar mais sobre o MILHO (palmas, por favor rsrsrs). O milho, segundo estudos de Freyre (1980) e Cascudo (2004), foi o único cereal encontrado pelos europeus no Brasil, do qual os índios faziam farinhas, canjica, pamonha, pipoca e bebidas fermentadas. Os povos Tupi no Brasil valorizam muito o seu cultivo. Também os povos Jê do Brasil Central - como os Xavante e os chamados Kaiapó - têm sua agricultura fortemente baseada no cultivo de milho. Segundo Cascudo (2004), o povo brasileiro herdou do indígena o mingau, a pamonha, a canjica, a pipoca. Todos estes derivados do milho. Então, todos prontos pra mergulhar no mundo do milho? Aqui vamos nós...
     

http://www.midiaindependente.org/pt/red/2009/04/444720.shtml

        “Segundo uma lenda guarani, dois guerreiros, depois de terem procurado em vão caça, pesca, ou qualquer alimento para a família, foram avisados pelo grande espírito Nhandeiara que só uma luta mortal entre os dois traria a solução. O vencedor seria enterrado ali mesmo e da sua sepultura nasceria uma planta que alimentaria toda a tribo. Os dois lutaram e Avati foi derrotado e morto. Da sua cova nasceu o milho, avatino idioma tupi.” (FRNANDES, 2004, P.36). 

talentospedagogicos.blogspot.com

        O milho é uma gramínea pertencente à família Poacese e à espécie Zea mays L., sendo que todos os milhos existentes pertencem a essa única espécie. É uma das plantas com maior variabilidade genética, o que permitiu vários trabalhos de sucesso no melhoramento genético, com início por volta de 1930, resultando no que hoje é conhecido como milho híbrido.
       Muito energético, o milho traz em sua composição vitaminas A e do complexo B, proteínas, gorduras, carboidratos, cálcio, ferro, fósforo e amido. As cascas dos grãos são ricas em fibras. Cada 100 gramas do alimento tem cerca de 360 Kcal.
        Uma pesquisa feita na Universidade Estadual de Campinas revelou que o milho e seus derivados também são importantes para proteger contra doenças degenerativas oculares. Dentre os produtos analisados (milho in natura, milho cozido, milho enlatado, polentas frita e cozida, curau e pamonha) por cromatografia líquida de alta eficiência, o milho enlatado apresentou, em geral, os maiores teores de carotenóides (0,56 a 4,12 mg/g de luteína, 7,10 a 22,90 mg/g de zeaxantina, 0,60 a 4,90 mg/g de betacriptoxantina e 0,13 a 3,45 mg/g de betacaroteno). O milho in natura e o milho cozido, diferentemente dos outros produtos analisados, não apresentaram como carotenóide majoritário a zeaxantina e sim a luteína (3,37 a 5,29 g/g e 2,79 a 5,47 para milho in natura e cozido, respectivamente). A luteína e zeaxantina são carotenóides relacionados à proteção contra a catarata e a degeneração macular associada à idade.
http://mymadrid.me/page/news/zeaxantina
           E aí pessoal? O que acharam? Vamos comer mais milho ou não? Conta aí... Até a próxima!

REFERÊNCIAS:
Disponível em: <http://mindioescola.blogspot.com.br/2011/08/importancia-do-cultivo-do-milho-para-as.html>. Acesso em: 4 jun. 2015.
 Disponível em: <http://www.abimilho.com.br/milho/cereal>. Acesso em: 4 jun. 2015. 
Do milho à pamonha. Disponível em: <http://bdm.unb.br/bitstream/10483/207/1/2007_PotiraMorenaSouzaBenkoUru.pdf >. Acesso em: 4 jun. 2015.
NEWS.MED.BR, 2007. Milho: grão concentra luteína e zeaxantina, substâncias relacionadas à proteção contra catarata e degeneração macular. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/medical-journal/10469/milho-grao-concentra-luteina-e-zeaxantina-substancias-relacionadas-a-protecao-contra-catarata-e-degeneracao-macular.htm>. Acesso em: 4 jun. 2015.
 

3 comentários:

  1. Ótimo post, pessoal! Eu vi que a luteína é carotenóide diidroxilado da classe das xantofilas de coloração amarela. Ela atua como antioxidante, protegendo as células dos danos oxidativos e, consequentemente, reduz o risco de desenvolvimento de algumas doenças crônicas degenerativas, uma vez que o stress oxidativo e a atuação dos radicais livres são os maiores fatores associados à iniciação e propagação do desenvolvimento destas doenças. Vi também que a luteína e a zeaxantina apresentam estrutura química muito parecidas, e com isso fica difícil distingui-las analiticamente. Ambas possuem o mesmo número de ligações duplas na cadeia, porém há uma diferença na posição de uma dessas duplas ligações no anel. Essa diferença faz da zeaxantina um melhor antioxidante por apresentar uma dupla ligação conjugada a mais do que a luteína.

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    1. Esqueci da referência...
      http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/alimentos/article/view/268/261

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  2. Realmente, o milho é um alimento muito nutritivo, sendo um importante substituto para o trigo em diversas partes do mundo. Além de possuir um bom valor calórico (que pode ser problemas em certos lugares, mas onde a fome prevalece é muito bom), contém diversos outros nutrientes importantes.

    Entre esses nutrientes, podemos ressaltar que é fonte excelente de aminoácidos (o post fala sobre a presença das proteínas, mas podemos especificar um pouquinho mais). Com exceção do triptofano e da lisina, todos os demais aminácidos necessários ao ser humano estão contidos nele. E o melhor: não contém glúten. Assim, aqueles que possuem doença celíaca podem se alimentar dele sem problemas.

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