terça-feira, 2 de junho de 2015

Alimentação Indígena - Mandioca

         Olá pessoal! Tudo bem? Pois bem, como havíamos falado para vocês vamos conversar um pouco sobre a alimentação Indígena. Começaremos então com a Mandioca ou a Macaxeira ou o Aipim? Rsrs Começaremos falando da Mandioca que também é Macaxeira e também é Aipim.

        Há uma lenda que fala acerca da origem da Mandioca; essa lenda é contada muito bem nesse poema:

Nasceu num dia de sol
Uma índia mui gentil...
Era neta de um guerreiro
Da forte tribo Tupi.
O velho guerreiro da tribo
Desejou matar a filha
Que lhe dera tal netinha,
Por julgar ser estrangeiro
O pai dessa curumim.
Num sonho feliz, porém,
Escutou dizer-lhe alguém:
“se você hoje maldiz
a criança que nasceu
cedo vai se arrepender.
Foi Tupã que a enviou,
Deixe, pois, a mãe viver...”
Mani, assim se chamou
Aquela bela menina,
Que pouco tempo durou,
Pois Tupã, bem pequenina,
Para o céu logo a levou.
Foi enterrada na oca,
E uma planta viçosa
Na terra forte brotou,
Cresceu e frutificou.
Todos logo então buscaram
Naquela casa Tupi,
E no fundo encontraram
A raiz que tinha a forma
Do corpinho de Mani.
Julgaram os índios que a planta
Lhes desse força e vigor,
Comeram dela bastante
E exaltaram seu sabor.
E foi assim que aprendeu
O bravo povo Tupi
A fazer uso da planta
Que se chamou mandioca
Em memória de Mani.



         A Mandioca desde sempre esteve presente na alimentação indígena em diversas formas, como a Paçoca, diferentemente de como a conhecemos hoje, era produzida com carne e farinha de mandioca, pilando-se os ingredientes. Posteriormente tornou-se um doce, adaptado com castanhas de caju, amendoins e açúcar no lugar da carne. Com a mandioca ainda eram preparados a Tapioca (espécie de pão fino feito com fécula de mandioca), o Pirão (caldo grosso feito de farinha de mandioca e caldo de peixe) e o Beiju (espécie de bolo de formato enrolado feito com massa de farinha de mandioca fina). Para se fazer o Beiju, esse pão era umedecido, esfarinhado em panela circular e levado ao fogo. Era um alimento de toda hora, pois os índios não têm horários marcados para suas refeições. Comiam quando sentiam fome. Eles o ingeriam sozinho ou recheado com peixe cozido. O Mingau era feito desmanchando-se, com pancadas de um pedaço de pau, o pão seco em farinha. Esta era levada ao fogo, numa panela com água, e transformada num caldo que era ingerido durante o dia, em substituição à água.
         Ela tem diversos benefícios para a nossa saúde, tais como:
1.  Ajuda a manter os ossos saudáveis e a controlar os impulsos nervosos. O cálcio é um componente de destaque na mandioca. Além de cuidar da saúde dos ossos, evita o acúmulo de gordura dentro das células;
2. Possui carboidratos, tendo alto valor energético e não contém proteínas. Ela é rica em sais minerais, como o cálcio, ferro e fósforo. Além de possuir vitaminas do complexo B e grandes quantidades de potássio;
3. É uma excelente fonte de fibras vegetais, que ajudam no bom funcionamento do intestino. A vantagem da mandioca em ser rica em fibras, é porque faz com que o carboidrato seja transformado em energia aos poucos;
4. É rica em amido. Uma grande vantagem é que não possuem glúten, podendo ser consumida por pessoas portadoras de doenças celíacas (que tem intolerância ao glúten);
5. Além das funções nutricionais, a mandioca pode ser utilizada para o tratamento externo de artrite, edemas e abscessos;
6. O consumo dessa raiz também ajuda na produção de serotonina (neurotransmissor responsável pela sensação de bem estar) no nosso cérebro.  Qualquer alimento fonte de carboidrato tem esse poder de produção. Só que a mandioca é campeã, segundo o terapeuta americano John Gray, autor do livro A Dieta de Marte & Vênus (editora Rocco). Isso porque, além da alta concentração de carboidrato, as fibras (de novo, elas) ajudam a regular o funcionamento do intestino, onde boa parte da serotonina é produzida. E com esse neurotransmissor em alta, você fica mais resistente aos efeitos negativos do stress - um deles é aumentar a produção do cortisol, hormônio que faz o corpo estocar gordura na barriga.

        E aí? Gostaram? Conta aí... Até a próxima!!

Fontes:
Alimentação e cultura. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentacao_cultura.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2015.
O descobrimento da Gastronomia Indígena. Disponível em: <http://www.gruponaturaldaterra.com.br/index.php/o-descobrimento-da-gastronomia-indigena/>. Acesso em: 02 jun. 2015.
Os benefícios da mandioca para a saúde. Disponível em: <http://www.mundodastribos.com/os-beneficios-da-mandioca-para-a-saude.html>. Acesso em: 02 jun. 2015.


2 comentários:

  1. Então os índios são potencialmente mais felizes pelo consumo de mandioca?! Vamos substituir algumas fontes de carboidratos por mandioca!

    E já que citaram a doença celíaca, que provoca reação alérgica à proteína do trigo (glúten), cabe salientar que a bioquímica está trazendo grandes avanços no diagnóstico. O exame ouro ainda é a bióppsia de duodeno. Mas já estão disponíveis sorologias que oferecem um método (quase) infinitamente menos invasivo e atingem aca dia maior precisão. Os marcadores utilizados são os anticorpos antiendomísio (EMA) e os anticorpos antitransglutaminase tecidual (anti-tTG), uma vez que apresentam grande especificidade e sensibilidade o diagnóstico inicial de doença celíaca. E os estudos trazem evidências de grande correlação entre eles, sendo necessária somente a pesquisa de um dos dois.

    Fonte: SILVA, Tatiana Sudbrack da Gama e; FURLANETTO, Tania Weber. diagnóstico de doença celíaca em adultos. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(1): 122-6. Disponível em . Acessado em 10/06/2015.

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  2. Ótimo post, pessoal! Como vcs citaram, na mandioca encontra-se o amido, que é formado por duas moléculas de polissacarídeos ligeiramente diferentes, amilose e amilopectina. O amido é composto de amilose (20 a 30%), uma cadeia não ramificada de unidades de D-glicose unidas por uma ligação α-1,4’-glicosídica. A amilopectina forma os 70 a 80% restantes do amido, que consiste em longas cadeias de unidades de D-glicose unidas entre a ligação α-1,4’-glicosídica, porém ela é uma molécula ramificada, com ligações cruzadas entre o carbono 1 de uma unidade de glicose e o carbono 6 de outra unidade (ligação α-1,6’-glicosídica), ocorrendo a cada 20 a 25 unidades de glicose. Vale lembrar que, por ser a principal fonte de armazenamento de energia nas plantas, o amido está presente em raízes, frutos, tubérculos e sementes.

    http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc35_2/02-QS-17-12.pdf

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