terça-feira, 19 de maio de 2015

Alimentação Indígena.

Olá pessoal!! Como estão? Como foi a semana de vocês? Pois bem, durante as primeiras seis postagens falamos um pouco sobre os rituais indígenas e agora iremos focar na culinária dos índios.
Que tal se a janta hoje for quinhapira de tucunaré e a sobremesa doce de cubiu? Não sabem que pratos são esses? Pois eis aí dois tipos de comida preparados por povos indígenas da região do Alto Rio Negro, que fica no Amazonas. Mais do que fonte de energia, os alimentos são parte da sua cultura. Então vamos conhecer melhor a sua culinária?!
Em geral, os índios têm uma alimentação variada e equilibrada. A carne é a sua principal fonte de proteínas. Os indígena do Alto Rio Negro, por exemplo, costumam caçar a paca, a capivara e o caititu – animal conhecido também como porco-do-mato -, além de macacos e aves como o mutum. Já os xavantes, que vivem no centro-oeste brasileiro, em pleno cerrado, apreciam bastante a ema e outras animais desse bioma. “A alimentação depende do ambiente onde o índio se encontra, e é por isso que povos indígenas diferentes possuem técnicas de caça e pesca diferentes”, explica a médica e antropóloga Luiza Garnela, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz.
Faz parte ainda da alimentação indígena uma raiz que você deve conhecer: a mandioca! Ela pode ser consumida na forma de farinha ou como o principal ingrediente de uma receita pra lá de especial: o beiju! Massa feita de mandioca, geralmente servida em forma de disco, como acompanhamento das refeições.
Na alimentação indígena também não faltam pimentas e frutas. Além de servir de tempero para diversos pratos, a pimenta é uma importante fonte de vitaminas e fibras para os índios. Como ela, as frutas também têm destaque na alimentação. No Alto Rio Negro, as mais consumidas são o açaí, o patuá, a pupunha, a bacaba, a banana, o abacaxi e outras frutas típicas da Amazônia.
 Muito importante também era o caju, fruta brasileiríssima, que além de ser ingerido in natura, serve para fazer suco, doce, vinho, licor, farinha e bolo com as suas castanhas. Segundo Orlando Parahym (1970, p. 67) havia guerras violentas entre os cariris e os tapuias para se apoderarem dos cajueiros existentes em áreas litorâneas. Ao vencedor... os cajus.
Isso nos mostra um pouco o quão variada e saudável é a alimentação dos índios. Mas vale lembrar que, muitos desses costumes estão sendo perdidos hoje, principalmente pelos índios que têm mais contato com a área urbana.

E ai? Gostaram? Até a próxima.


Referências:
GASPAR, Lúcia. Índios do Brasil: alimentação e culinária. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Acesso em: dia mês ano.
PARAHYM, Orlando da Cunha. Antropologia e alimentação. Recife: Secretaria de Estado de Educação e Cultura, Departamento de Cultura, 1970.
LEITE, Maurício Soares. Comidas Tradicionais Indígenas do Alto Rio Negro. Cad.Saúde Pública , Rio de Janeiro, 26 v., n. 3, p. 637-638, março 2010. Acesso em:

2 comentários:

  1. Parabéns pelo post! Vocês trouxeram muitas informações culturais da alimentação indígena. O interessante é que a mandioca utilizada pelos povos indígenas é preferencialmente a venenosa ou brava e tal fato se deve a produtividade que ela tem em relação a mandioca não venenosa, pois a substância toxica liberada pela variedade venenosa favorece a produtividade em um ambiente repleto de pestes e herbívoros. E o que possibilita isso é um precursor do ácido cianídrico chamado de linamarina, que é decomposta por uma enzima presente na própria planta, a linamarase, que resulta na liberação, entre outras substâncias, do ácido cianídrico. Na circulação sanguínea, o ácido cianídrico libera o íon cianeto, que é transportado pela hemoglobina. Nas células, o cianeto liga-se fortemente ao citocromo mitocondrial, que é responsável pelo transporte de elétrons na respiração celular, levando à asfixia celular e dependendo da quantidade de cianeto no sangue, à morte.

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  2. Ótimo post, pessoal! [Adorei a menção à Machado de Assis ;) ]. Achei legal vcs terem citado a pimenta. Eu não sabia que a pimenta era tão importante para a alimentação indígena. A pimenta, sobretudo do gênero Capsicum, é fonte de antioxidantes naturais como a vitamina E, vitamina C e carotenoides. Estas pimentas também são ricas em capsaicinoides, compostos fenólicos responsáveis pelo sabor pungente ou picante. Por possuírem propriedades antioxidantes, podem reduzir o risco de desenvolvimento de câncer e de outras doenças crônico-degenerativas.
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20612010000500009
    http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/88357/1/036980.pdf

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